a cumplicidade num estender de mão







gosto de me perder no olhar do cão
.ansiá-lo no estender a pata .alongar
o corpo e ressonar os vivos com olhos
vagamundos .pouso a minha mão
sobre a sua cabeça no mistério cúmplice
de um olhar terno .recolho a mão
enquanto as costas se me despedem
num até logo à guarda da ausência
.entre ambos a simbiose perfeita do
aconchegar a eficácia dos gestos
permitidos .de recebê-los à boca do
(con)sentimento
.eu perco-me na opacidade do atravessar
a tarde em busca de novos andamentos
.o cão lambe as forças conjugáveis de
um estar assim
.mais nós






william blake richmond